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Esta pergunta move interesses de quem deseja resolver um problema e obter vantagens. Ter um aparentado ou um “chegado” no poder é para muitos o melhor contexto para o sucesso.
O elemento facilitador quando se tem uma pessoa influente, em uma posição de comando do Estado e que se deseja usá-la para se atingir um objetivo.
Há quem organize uma empresa contando com esta influência para facilitar sua vida.
A cultura empresarial não é só o que ocorre dentro da empresa, seu posicionamento e prática com fornecedores e clientes. Também, não é só o que se valoriza no ambiente de trabalho, é sua estratégia de negócios.
Odebrecht, construtora envolvida nos escândalos da Operação Lava-Jato, tinha um departamento exclusivo de propina. O sucesso de uma das maiores construtoras do mundo foi obtido através de acordos ilícitos.
A empresa ficou marcada por isso, a construtora ainda hoje é sinônimo de corrupção. Vergonhosamente seus líderes ficaram expostos.
Se no passado ter trabalhado na Odebrecht ou na Camargo Correia era um ponto positivo no currículo, hoje, muitos apagaram a experiência de sua história oficial para não mancharem sua trajetória profissional.
Lembro, apenas, que as empresas que são denunciadas em corrupção com o Estado não são poucas e a prática é feita por muitas. Há um dedo do poder público nos negócios privados e ele pode azedar o bolo.
Aí o caminho é uma escolha.
O sucesso imediato, a ascensão meteórica, a possibilidade de ter uma empresa aparentemente consolidada com relações obscuras. Esta é uma escolha e terá seu preço.
Não quero deixar aqui de falar sobre as críticas que muitos empresários fazem da interferência do Estado na economia. Há uma leva de críticos de que no Brasil devemos viver mais do ambiente concorrencial do mercado.
Porém, há entre estes mesmos empresários os que praticam a relação obscura com o poder público. Buscam apoio política e econômico para terem o sucesso no mercado. Mesmo, há quem acabe com a oportunidade de concorrentes manipulando condições e ambientes de negócios.
Onde está o “liberalismo” que tantos pregam e que deveria ser a cultura política de nossas vidas? O valor de destaque na relação com o mercado não deveria ser de oportunidades?
Parece que a demagogia é prática cultura mais enraizada do que a livre concorrência.
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