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A educação no Brasil tem demonstrado um comportamento preocupante. Os números prévios do Censo Educacional da Educação Básica, que foram divulgados em janeiro dão uma demonstração disso. As matrículas no ensino médio, por exemplo, demonstram uma queda de 5,3% entre 2021 e 2022. A queda já havia ocorrido entre 2020 e 2021, mais de 7%.
Este é um sinal de alerta que demonstra o quanto adolescentes e jovens não estão concluindo o ensino médio na busca de um ingresso precoce no mercado de trabalho. Ainda o efeito de perda de renda das famílias como consequência da pandemia. Ou seja, ainda vamos colher por muitos anos a crise que a Covid-19 promoveu. Uma lição para quem vê no imediatismo a realidade de um problema.
E se falando de educação, as coisas já não vem bem nos anos anteriores. Segundo o levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a evasão escolar se dá em todos os anos do ensino fundamental e médio. Contudo, em dois anos o percentual é mais significativo. No sexto ano do Ensino Fundamental, onde a evasão é de 10,3% e no primeiro ano do Ensino Médio, onde chega a 12,7%.
As condições de manutenção dos filhos na escola para a atividade profissional dos pais também preocupam. As famílias de baixa renda que dependem dos serviços educacionais públicos tem um menor índice de filhos nas creches, por exemplo. Segundo levantamento do Inep, em 2022, 56,8% de crianças de baixa renda estão matriculadas. Já, nas escolas privadas, com famílias de melhor renda, a presença de crianças na pré-escola chega a 92,8%.
Logo, os filhos das famílias mais pobres estão expostos a limitadores na trajetória educacional que irão comprometer o futuro. Tanto os alunos como suas famílias não tem como projetar uma melhoria de renda sem a qualificação que a educação promove.
A limitação no mercado de trabalho é uma certeza para a maioria dos jovens. Segundo dados da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 21% dos jovens entre 25 e 34 anos concluíram o ensino superior. Para quem gosta de comparações com outras nações, nos Estados Unidos o índice desta mesma faixa de idade com curso superior é de 49%.
Se compararmos o Brasil com algumas nações da América Latina ficamos para trás. No México, por exemplo, o índice é de 24%, na Colômbia é de 30%, na Argentina e de 40% e no Chile e 34%.
Onde pretendemos chegar com isso? O futuro está ameaçado pela qualidade humana, o potencial produtivo, a capacidade de geração de renda. Qualquer projeto de desenvolvimento do país passa pela qualificação de sua população, e o quadro que se apresenta não é bom.
Valorize a educação. Incentive e acompanha a vida escolar dos seus filhos e a sua própria. Coloque a educação no lugar que ela merece. O maior capital que uma sociedade tem e cada um de nós e o seu conhecimento, sua potencialidade produtiva. Sem isso, será difícil superar a desigualdade de condições que o país vive. Leve a educação a sério.
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