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Ainda estamos devendo a nossa independência o seu significado, a emancipação do cidadão através do Estado. A construção da nação não foi uma ruptura com a metrópole colonial e a instituição de um governo representativo. Nascemos da “batuta” do Estado Monárquico Português.
A transferência da corte portuguesa em 1808, liderada pelo então Príncipe Regente Dom João, deu início a formação do Estado Nacional Brasileiro. Centralizando o poder em torno de uma monarquia estabelecida no Rio de Janeiro, a monarquia portuguesa organizou uma burocracia e iniciou a relação do Estado com o território e a sociedade. O monarca fez do poder central o determinante das forças locais.
As rebeliões ocorreram em alguns pontos do território. Movimentos pela independência buscavam a construção de uma nação. Mas o regionalismo emancipacionista não construiria a pátria que conhecemos hoje. O território se fragmentaria em diversas nações lideradas pelas elites locais, principalmente agrárias.
Foi o governo de Dom João que se impôs sobre as rebeliões localizadas. Conteve a ânsia local pelo poder e estabeleceu a obediência ao poder central. A estabilidade administrativa se deu pela força. Nossa formação integrada é autoritária, uma imposição e não uma escolha. Não nos fizemos grandes, nascemos grandes.
O autoritarismo do Estado manteve-se ao longo da história. A sociedade consolidou a percepção de que não estamos representados no poder, necessitamos dele. Para obter suas necessidades básicas, o povo submete-se ao poder estatal. Ele nos “salva”, mas também nos condena. Não participamos, ele se coloca como elemento de nossa vida, às vezes é o responsável por nos tirá-la.
Ainda não construímos a cidadania, ainda não tomamos o poder como cidadãos. Não exigimos nossos direitos, em grande parte, não os conhecemos. Logo, a independência está por se fazer.
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