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Breve descrição e análise da economia brasileira.
Nascemos dos desdobramentos marítimos europeus pelas mãos de uma das nações pioneiras nas conquistas marítimas, Portugal. Não fomos o interesse náutico lusitano em sua busca “além-mar”. Fomos mais a ocupação na intenção de manter a posse do território banhado por uma mar atlântico e uma costa marcada por praias receptivas a qualquer invasor. Falando nisso, impossível conhecer os desdobramentos da ocupação populacional nas terras brasileiras sem entender sua geografia.
Os portugueses buscaram riquezas imediatas na costa com fizeram em todos os pontos de navegação que alcançaram. Praticaram o escambo em diversos pontos do litoral índico e africano. Assim faziam as trocas sem o empenho de uma ocupação efetiva e colonização.
No caso brasileiro, a formação de uma empresa colonial foi justificada pela presença constante de navegadores “estrangeiros”. A descoberta de pau-brasil acaba por atrair corsários. O que traduz-se em uma ameaça efetiva da perda territorial. Desta necessidade se instala a empresa açucareira. A implantação dos engenhos.
A empresa colonial portuguesa foi fundada na produção do açúcar. Uma agroindústria que os lusitanos já desenvolviam no Arquipélago dos Açores. Agrupamento de ilhas ocupadas e que desenvolviam a produção com o trabalho escravo. Um empreendimento pequeno e que no Brasil ganhou uma proporção bem maior.
Um dos primeiros problemas da iniciativa portuguesa nos trópicos era o capital para iniciar a empresa colonial. O que faltava a Portugal era capital suficiente para transformar o projeto colonial em realidade. O financiamento holandês contou positivamente. Os empresários “flamengos” tinham capital e experiência na comercialização do açúcar. Sabiam da importância de uma empresa de produção de açúcar para atender a demanda de seus mercados na Europa.
O engenho como modelo colonial merece destaque. A agroindústria açucareira é um invento lusitano e de baixo custo para a transformação de cana de açúcar em açúcar mascavo. Neste empreendimento se instalou o núcleo de ocupação do território brasileiro. Não por acaso, o senhor de engenho se torna o personagem mais importante da empresa colonial. O membro ilustre da elite colonial. Um homem de “cabedal e poder” como afirmou Antonil, padre jesuíta, no Século XVIII.
A mão de obra escrava foi implantada na colonial portuguesa nos trópicos (Brasil) pela sua lucratividade. O tráfico de escravos foi uma das mais importantes fontes de lucro do empreendimento colonial. Foi fundamental para a condução da colonização e sua expansão.
Da mesma forma que o comércio de escravos rendeu vultosos lucros à coroa portuguesa, a escravidão se transformou na condição fundamental do empreendimento colonial. Nada se expandia dentro da agricultura, agroindústria ou extrativismo sem a presença da mão de obra compulsória.
No Brasil é fundamental entender a dimensão da escravidão em sua extensão e intensidade. Foram mais de cinco milhões de almas conduzidas pelo tráfico a escravidão nas terras portuguesas na América. Por isso, quando discutimos a escravidão e sua influência na formação da sociedade brasileira é necessário considerar sua dimensão.
Não por acaso a escravidão demorou tanto tempo para ser abolida. A presença do afro está em todos os lugares. A linguagem, os hábitos, o povo. Não esqueça, somos o país mais afro fora da África.
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