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Estamos sempre rodeados de um grande número de pessoas. Da nossa vida pessoal a profissional, não nos falta companhia. Nos relacionamos pelas mais diferentes intenções. E talvez esteja aí o resultado de muitos dos nossos relacionamentos.
Uma angústia comum é o quanto as pessoas estão comprometidas conosco. Até onde há sinceridade nas relações que estabelecemos? Lembrando que estar comprometido não é, necessariamente, sinônimo de sinceridade. O problema é que confundimos as intenções nossas e das pessoas com quem convivemos.
A sinceridade, por exemplo, é algo que cobramos dos outros, mas não praticamos algumas vezes. Desejamos transparência de quem está ao nosso lado, mas nós temos atos obscuros. Camuflamos sentimentos, agimos se uma deixar claro nossos interesses. Um mundo pantanoso de quem sonha com terra firme.
Nesta condição de busca do que não existe, estamos sozinhos. Não podemos deixar de aprender com o ambiente de desagrado e frustração. Ele nos educa a perceber que a expectativa gerada em torno de uma relação é dolorosa, é angustiante. E não adianta culpar o outro, a responsabilidade é nossa.
A solidão não é aquela que alguns levam ao “pé da letra”. É a percepção de que desejamos que os outros nos retribua o que nós devemos gerar pela própria conta. Não se pode ficar esperando um estímulo positivo de quem tem limites. Se não conhecemos os limites das pessoas, estamos fadados a sofrer.
Ao sabermos mais sobre as pessoas, perceber a importância da alteridade, de refletir sobre o comportamento alheio pela lógica do outro, reduzimos nossa expectativa de retorno. Agimos com os outros tendo em mente a dimensão do que pode retornar de uma relação. Isto se chama maturidade.
Por que não devemos culpar o outro? A resposta é simples, nossa maturidade nos condena mais do que as limitações de quem nos relacionamos. A responsabilidade de ser adulto diante da infantilidade de muitos é um diferencial que nos abre portas. A condição que nos faz ir mais longe e sermos olhados de forma singular. Porém, gera solidão. Somos parte de uma minoria desejada, invejada, mas solitária.
Não se pode confundir, contudo, a solidão da convivência com a vida solitária. Estamos acompanhados. Há muitos ao nosso lado. Eles continuam se relacionando e nos considerando em seu limite. Os alheios têm um desejo e um sentimento por nós, mesmo que nem sempre sincero. Mas ele existe.
Logo, vamos convivendo assim, há nossos limites também. Possivelmente, nos conhecendo, alguém nos tolera e não espera muito de nós. Também frustramos. Apenas não percebemos o quanto. Da mesma forma que fazem conosco.
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