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A guerra se tornou uma saída. A violência assistida na Ucrânia com a invasão russa se torna um modelo propagado pelas mídias e parece exaltar a violência generalizada. O extermínio desperta a nossa face mais animalesca. Estamos perdendo a civilidade?
Os códigos da gentileza e educação parecem decadentes diante de uma sociedade que continua se alimentando da agressão como forma de descarregar o descontentamento com a vida. As brigas de torcida que ocorreram esta semana demonstram a violência como ritual.
Logo, a agressão deixou de ser uma causa e se transformou em sentido. A violência alimenta a inutilidade humana. Vamos colocando por terra tudo o que construímos. Ver o trabalho de anos para ser erguidos virem à baixo. Será que a lógica do “quanto pior melhor” corresponde à verdade?
O vandalismo já é tema de muitos cientistas sociais. Enzensberger, o ensaísta alemão, analisou a tendência destrutiva de pessoas que fazem parte da população marginalizada que tem na destruição uma forma de se expressar. Esta violência se dá não contra o inimigo e ou considerado responsável pelos problemas que assolam o agressor. Infelizmente ou absurdamente, se dá contra os que estão na mesma condição de sofrimento e derrubando a estrutura mínima que lhes atende.
A sensação de vida é a violência para os que não são movidos pela complexidade. Há um animal humano que tem se exaltado e se transformado em modelo de conduta. Arrasta consigo inúmeros seguidores. O “cão feroz” que deveria ser mantido na coleira agora é o guia dos seres humanos cegos.
É preciso combater a tolice do instinto. Educar para a civilidade. Entender que não vamos resolver a vida em uma agressão imediata por mais que os motivos pareçam justos, por mais que na sua grande maioria não são. Quem prega a paz e deseja o diálogo não é um tolo. Não pode ser tratado assim. Deve ser respeitado e ser este o líder e guia para os nossos atos.
Quando praticamos a violência estamos construindo um diálogo com regras claras. A mesma que usamos com os outros é aquela que autorizamos a ser utilizada contra nós. Quando a linguagem da agressão se universaliza não estamos seguros em lugar nenhum.
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