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Ação faz o vilão?

A dose diária de ilicitude

As manchetes dos principais jornais estão sempre com um número significativos de reportagens sobre corrupção. Empresas, homens públicos, magistrados, pessoas comuns. A vida está marcada pela ação ilegal. Estamos vivendo uma febre de comportamentos ilícitos?

Há quem considere que no passado a honestidade prevalecia. Como se dizia, “Era no fio do bigode”. Será?

O que se tem hoje é a exposição descarada do malfeito. Os mecanismos de rastreamento e comprovação do ato ilícito está propagado e em funcionamento nos espaços mais íntimos. Não praticar a maldade é mais o mérito da câmera de vigilância do que a consciência.

O outro lado da moeda

Por outro lado, há a capacidade de se fazer o mal com mais eficiência. Os mecanismos, as ferramentas, da agressão estão mais disponíveis. O desenvolvimento de uma inteligência que nos soluciona problemas traz consigo também a possibilidade da contravenção.

Não é preciso uma arma branca ou de fogo para marcar uma pessoa para sempre ou lhe fazer ameaças. Se faz no mundo virtual um estrago maior do que a difamação analógico que exigia esforço, tempo e determinação.

Agora, causar a dor, nas suas inúmeras definições, é uma questão de segundos. Apertar “enter” ou “delete” tem semelhanças de “puxar o gatilho” e, com mais precisão, acertar o alvo.

A ética nos falta e a moral se banalizou

Muitos filósofos discutiram ao longo do tempo a importância do valor da conduta entre a experiência e a razão. Há o que a vida nos traz de valor e o que o conhecimento nos permite concluir.

Vivemos experiências, mas elas devem ser pensadas com critérios de valor moral, ético e serem racionalizadas diante de um saber que nos dê a melhor orientação.

Aquele que pensa nas consequências racionais de seus atos e consegue entender os efeitos longevos, de longo prazo, de sua ação sempre foi o melhor ser humano. O que é algo raro em nossos dias.

Concluindo

Acredito que se por um lado as denúncias das práticas ilícitas cresceram, as mesmas ferramentas que nos permitem expor o mal também são armas que permitem que ele seja praticado.

Caímos mais uma vez no elemento vital dos efeitos da violência, da agressão, da corrupção, o ser humano e o sentido de sua ação e interesse. Este, tem ficado cada vez mais limitado a satisfação imediata e descomprometido com um valor social mais elevado.

Os debates medíocres sobre temas relevantes levam a conclusões superficiais. Elas são fáceis de entender, mas distantes da verdade e da racionalidade lógica e objetiva. Fazemos o mal, somos mal-informados e mal-intencionados.

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