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Abandonado e sem futuro

O mundo tem mais de 150 milhões de crianças em condição de abandono. Guerras, doenças, mas também desprezo, deixados, se tornaram um problema. Os dados São da Organização das Nações Unidas (ONU).

No Brasil, 40% das crianças vivem em condição de pobreza. Sem condições básicas de sobrevivência, em um ambiente de risco. 47 mil crianças vivem em abrigos no país. Dados da Abrinq e do Conselho Nacional de Justiça.

Na contrapartida destes dados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quanto mais escolaridade as mulheres têm, menos filhos também. A relação entre consciência e a perspectiva de futuro, é fundamental. Esta é a resposta duradoura para combater o abandono e as condições de risco em que as crianças vivem.

Na sociedade do imediato, a reflexão sobre as consequências do ato é algo raro. Não deveria. Estamos rodeados de informação. Temos como conhecer de forma racional a proporção do comportamento que tomamos. Mas não conseguimos nos controlar. A êxtase do momento nos encanta, ilude e condena.

Se pensarmos que os filhos indesejados nascem, em sua maioria, nas classes de menor renda. A condição de risco não impede em gerar alguém. Por que?

Acredito que a condição de miséria enquanto uma permanência gera a falta de compromisso com o elemento que nasce. A criança não representa um empecilho para se fazer o que se estava fazendo. A miséria constante, com ou sem filhos. Há uma lógica para quem vive na marginalidade. O pouco que se tem e se espera gera um descaso com a própria existência e a de quem se gera.

Lembrando que não se pode generalizar. Há amor, carinho e cuidados na população de baixa renda. A miséria não é desculpa para não se amar. Pessoas surgem deste ambiente e emergem na sociedade independente da função que exerçam. São bem-sucedidas. Porém é fato de exceção e não regra.

A prevenção deve ser incentivada. A responsabilidade sobre o corpo e a decisão consciente deve orientar nossas ações. O futuro chega e é o resultado do que estamos fazendo hoje. Cada dia é um passado que fica como sentença e consciência do bem e o mal feito. As marcas ficam. Alguns não suportando o peso das consequências, abandonam os filhos dos seus atos.

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