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A Sociologia e a Antropologia nas Provas e Reflexões Acadêmicas

Primeiras Palavras ao Estudante

Iniciar esse texto com um agradecimento e reconhecimento ao trabalho e à convivência em sala de aula é fundamental. O semestre de 2025 marcou momentos importantes para o docente e, ao mesmo tempo, um ciclo de aprendizagem para os estudantes dos cursos de Direito, que participaram ativamente de uma construção coletiva de conhecimento.

Com turmas vibrantes e colaborativas, tanto a turma A quanto a turma B foram destaque. O carinho e o respeito entre professor e alunos deixaram marcas significativas. A prova do segundo semestre foi pensada com muito cuidado e elaborada de forma a valorizar os conteúdos trabalhados ao longo do período. Questões desdobradas, flexibilidade na correção e uma abordagem acessível foram marcas do processo avaliativo.

A Formação da Sociologia: Durkheim e o Objeto de Estudo

A prova iniciou com uma abordagem sobre o contexto da Revolução Industrial e o surgimento da Sociologia como ciência. A formação da sociedade urbana e industrial trouxe novos desafios e problemas sociais, que foram fundamentais para o surgimento dessa nova área do conhecimento.

Nesse cenário, Émile Durkheim, pensador estruturalista, foi tema da primeira questão. A pergunta sobre qual seria o objeto de estudo da sociologia para Durkheim foi direta: o fato social. Essa resposta bastava por si só.

A segunda parte da questão exigia a compreensão de como esse objeto deve ser analisado. Durkheim propunha que o fato social deveria ser estudado como os fenômenos materiais, embora não possuísse a mesma natureza. A análise objetiva e a observação empírica, herdadas das ciências naturais, foram destacadas como princípios fundamentais do seu método.

Karl Marx e a Análise das Contradições Sociais

A questão seguinte tratou do capitalismo do século XIX e suas contradições, o que permitiu inserir Karl Marx no centro do debate. Marx desenvolveu uma crítica contundente ao sistema capitalista a partir do método materialista histórico-dialético. A primeira parte da questão solicitava a definição do objeto de estudo dessa abordagem: as relações de produção da vida material. Essa compreensão envolve a análise das formas pelas quais os seres humanos, em sociedade, produzem o necessário para sua sobrevivência e os conflitos decorrentes dessas relações.

A segunda parte focava na ideia de liberdade dentro do sistema capitalista. Marx afirmava que, embora todos fossem formalmente livres, a propriedade privada dos meios de produção concentrava-se nas mãos da burguesia, classe dominante. Assim, a liberdade se tornava uma ilusão para o proletariado, que dependia da venda de sua força de trabalho para sobreviver.

Max Weber: Modelos de Ação Social e Tipos de Racionalidade

Na sequência, a prova abordou Max Weber e sua análise da ação social. A primeira questão tratava da constituição dos modelos de ação: as heranças passadas, a condição presente e o sentido futuro. Esse tripé explicava como os indivíduos interpretam o mundo e tomam decisões com base em experiências, situações vividas e expectativas.

A segunda questão pedia a simples citação dos quatro tipos ideais de ação definidos por Weber: racional com relação a fins, racional com relação a valores, emocional ou afetiva e tradicional. Cada um desses modelos representa formas distintas de motivação da ação humana, fundamentais para entender a diversidade de comportamentos sociais.

A Antropologia e a Expansão Ocidental

A questão 4 marcou a transição para os conteúdos de antropologia, destacando a relação entre a expansão ocidental e o surgimento da antropologia como ciência. François Laplantine foi mencionado como referência na discussão da pré-antropologia, onde o estudo dos outros povos começa a ganhar um caráter sistemático.

A primeira parte da questão abordou os conceitos de “bom” e “mau” selvagem, expressões eurocêntricas usadas para julgar os povos originários da América. O “bom selvagem” era visto como dócil, puro e ingênuo, mas precisava ser catequizado. O “mau selvagem”, por sua vez, era descrito como bruto, agressivo e sem organização, e deveria ser dominado ou escravizado. Em ambos os casos, os critérios de avaliação partiam de uma visão ocidental e europeia.

Evolucionismo e Relativismo Cultural

A segunda parte da questão 4 tratou do evolucionismo, em especial com base nas ideias de Lewis Henry Morgan. Segundo ele, a civilização ocidental seria a medida para avaliar as demais, que estariam em estágios inferiores de desenvolvimento. Essa visão é uma clara manifestação do etnocentrismo.

A seguir, a prova explorou as ideias de Franz Boas, defensor do relativismo cultural. Boas combatia a lógica evolucionista e enfatizava a importância da pesquisa participante. Para ele, era necessário viver com a comunidade estudada, entender seus símbolos, valores e significados sem comparações com outras culturas. Por essa razão, Boas é uma figura central na crítica ao etnocentrismo e ao evolucionismo antropológico.

Malinowski e o Funcionalismo

Por fim, Malinowski foi abordado como autor que também rompeu com o evolucionismo, mas com uma abordagem distinta de Boas. Enquanto Boas defendia a convivência com a comunidade estudada, Malinowski dava um passo além: defendia uma imersão total, vivendo como um dos membros do grupo pesquisado.

Esse método, que o tornou conhecido como funcionalista, consistia em assumir o papel daqueles que se estudava, compartilhando do cotidiano e das experiências para compreender suas práticas e valores a partir de dentro. Essa postura antropológica marcou o início da etnografia moderna e consolidou Malinowski como um dos grandes nomes da antropologia do século XX.

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