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A estética e o preconceito

A identidade Brasileira é marcada por contradições. De um lado temos a diversidade expressa no rosto. Somos miscigenados. Não é preciso “ir longe” para perceber, é só lançar o “olhar no espelho” e ver o quanto somos fruto do encontro entre as raças. Nossa parte afro, por exemplo, está em mais de 70% de nós, acreditando ou não, querendo ou não, a “senzala” está em nossa origem. A “casa grande” também está.

Temos em nós o sangue do senhor branco, colonizador. Temos uma formação cultural que em muito expressa o elemento conquistador e colonizador. O desejo do branqueamento, discurso utilizado por muitos pensadores, como Oliveira Viana, de que nossa mistura nos condena, ainda tem coro. Nos chamar de “tupiniquins” leva a herança desta busca de nos desmerecer.

A violência no Brasil ainda passa pela herança de uma exploração que remonta nossa colonização, nossa origem. Há muito da escravidão no trato contemporâneo em relação a cor da pele, a cultura afro indígena. Nossos encontros do começo da formação ainda são difíceis de aceitar por um grande número de brasileiros. Ironicamente os filhos desta condição a negam.

Não aprendemos no dia a dia de nossas vidas que nossa construção é a miscigenação. Importamos o conceito da sociedade ideal branca. Afirmamos que o desenvolvimento tem relação com determinados lugares e estirpes. Ficamos sempre envoltos com a sociedade ideal e nossa falta de qualidade real.

Idealizamos demais outros lugares, não percebemos o que realmente somos e de onde viemos. Temos dificuldade de encontrar valores elevados em nossa sociedade. Eles existem. Muito de nosso discurso de denegrir vem da compra da ideia de nossa condenação de origem.

Quando vamos aprender que nossa melhor parte é a mistura em um mundo que cada vez mais se encontra dividido? Temos que estudar mais sobre nossa origem, mas não aquele discurso oficial dos bancos de escola e que povoaram os tradicionais livros didáticos. Nossa origem de fato, a de cada um e a de todos. O que realmente somos e não o que alguns gostariam que fossemos ou insistem em nos convencer a ser.

 

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