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A César o que é de César, a Deus o que é de Deus

O Supremo Tribunal Federal terá um novo membro com uma formação acentuadamente evangélica, André Mendonça. A tendência religiosa do futuro ministro foi um dos fatores de sua indicação pelo presidente da república, Jair Bolsonaro. Hoje, 31% dos brasileiros abraçam esta tendência. 50% são católicos.

O novo ministro respondeu a questões como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a questões de gênero e a violência contra a mulher. Afirmou que no STF seguirá a Constituição, fora dele a Bíblia. Não vai separar religião com decisões do Poder Judiciário. Defendeu o estado laico. Que bom.

Esta história que as pessoas têm de que ao seguir um dogma religioso resolvemos os problemas de conduta da sociedade é uma falácia. Não há religião que salve a falta de juízo e responsabilidade pelos atos. Tem quem defenda esta ideia, e este é o nosso problema.

Tem muito mau caráter que se esconde por de trás da conduta de fé. No fundo é um hipócrita. O machismo, a violência contra minorias e a discriminação é má intenção associada aos estímulos recebidos para colocar como prioridade o que lhe interessa. Logo, não podemos isentar de culpa o que agiu mal.

É complicado ter que ouvir afirmações de retrocesso de uma geração malformada que aprendeu de forma fácil e mentirosa associar a boa e má conduta como interferência das forças divinas. Nós temos nossas escolhas. Tiramos das costas de Deus há mais de 500 anos, com o Renascimento Cultural, o discurso da interferência divina nas coisas dos homens.

Há pelo menos 250 anos que os movimentos liberais romperam com a sociedade dos nascidos escolhidos e um poder justificado por Deus. Já há tempo de amadurecer. Infantilidade querer regressar ao tempo do teocentrismo e considerar que uma batina, uma Bíblia na mão, como por encanto, fará um ser humano ser melhor.

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