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Democracia e ignorância

Você sabe o que é a ignorância e os males que ela gera? São inúmeros os problemas que a falta de conhecimento pode trazer para o posicionamento da sociedade. Debater sobre certos temas se torna uma missão impossível. Confundimos os discursos e as lógicas por não entender no que elas se sustentam.

Também há uma dose da lógica vitimização. Os que sem merecimento de enfileirar os excluídos se coloca entre os rejeitados para receber seus benefícios ou poder justificar seu fracasso pela mesma lógica. A ignorância dos vitimados agrava e deturpa os problemas sociais.

Em uma democracia, estamos sujeitos ao julgamento coletivo como condição constante de quem envereda pela vida pública. Os debates diários que geram as opiniões de um grande número de pessoas, às vezes da maioria, se sustenta, em algumas vezes, em lógica rasa. O que se teme é quando a ignorância atinge o posto mais alto, o líder.

Não podemos tomar medidas que tragam mais prejuízos que benefícios. As decisões democráticas geram efeitos para uma grande parte de nós. Porém, o preço que pagamos pela decisão não deve ser a própria condição de sobrevivência da sociedade democrática. O risco de se perder o que sustenta as nossas escolhas.

Neste sentido, a economia tem um papel decisivo. O mercado e sua lógica devem ser compreendidos e incorporados para as relações que estabelecemos. Se temos uma atividade que nos sustenta, ela não pode ser abandonada sem que tenhamos outra fonte de sobrevivência. Podemos mudar, mas não ao ponto de correr o risco de um suicídio.

O presidente eleito, de forma democrática e legítima, Jair Bolsonaro, tem feito declarações de que quer mudar as relações diplomáticas e comerciais com países que são velhos e fundamentais parceiros da economia brasileira. O futuro presidente criticou a China, quer apoiar Israel e transferir a embaixada brasileira pra Jerusalém, e considera que o Mercosul não é prioridade. Declarações de risco para quem depende de uma economia mundial.

Hoje, a ignorância está exatamente em atos que não levem em conta suas consequências. A falta de uma lógica mais profunda sobre o nosso comportamento nos deixa mais exposto aos erros. O líder deve ser o modelo do bom senso e ponderação. Ele deve estar acima de nossas ignorâncias e não ignorar nossas necessidades.

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