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Há uma distância aparentemente tênue entre quem sofre preconceito, violência, discriminação e aqueles que desejam os benefícios da perseguição.
Não há dúvidas de que um grande número de pessoas vivem em condições de risco. A violência é uma preocupação e na sociedade as vítimas não são poucas. Segundo dados do Atlas da Violência, ligados ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 27,5 mil pessoas foram assassinadas em 2019, de janeiro a agosto. Isto porque ocorreu uma queda de 22% em relação a 2018.
Dados do Anuário de Segurança Pública 2019 mostra que a violência contra a mulher aumentou 4%. As vítimas em média tinham 35 anos e a maioria, pouco mais de 70%, apenas o ensino fundamental. As mulheres com ensino superior são apenas 7%. A qualificação salva. A grande maioria das mulheres desta estatística são mães. Os filhos presenciam a violência.
Contudo, as mortes não podem ser em vão. Elas devem ser evitadas. O que preocupa é a forma imediatista e particularizada que tratamos a violência. Há que se investigar os casos e encontrar culpados, julgá-los, puni-los. O que não se pode é fazer da violência apenas uma condição pontual, buscar explicação exclusivamente na intenção e não combater o ambiente onde a violência se propaga.
Muitos dos que clamam por justiça são cúmplices dos valores que perpetuam a violência. Falam em paz e vivem alimentando a guerra com suas práticas cotidianas de naturalização da submissão da mulher. Bons pais de família tem discursos machistas e homofóbicos. Recriminam e discriminam o papel da mulher e do homem na sociedade.
Se realmente queremos combater a violência contra a mulher, temos uma missão. Talvez a mais árdua de todas, mudar nossos conceitos e comportamento. Não contribuir mais para uma agressão que condenamos e que de forma mesquinha consideramos e nos fazemos de vítima quando na prática somos vilões.
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