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Mãe coruja, talvez você até tenha uma. Elas sempre veem nos filhos mais do que eles são ou do que são capazes de ser. Elogiam em excesso e minimizam os defeitos. Valorizam atos que engrandecem, chama de grandes feitos o que por vezes nem é um feito tão grande assim. Faz por amar. Será que é amor?
Também há o ditado de que ninguém conhece melhor um ser humano do que sua própria mãe. Há quem diga que praga de mãe é verdade antecipada. Quando ela diz que acontece, se prepare, vai acontecer. Mães se preocupam com seus filhos e muitas deixam traumas difíceis de resolver quando são mal resolvidas.
Porém, a questão é, como lidar com a verdade? Ela não é uma coisa simples. Conhecer os problemas que nos cercam e enfrentá-los são condições para as quais apenas a vontade não é o suficiente. Desejo não é realidade. A verdade pesa. Se não temos força o suficiente para enfrentá-la, quase sempre, buscamos uma forma de maquiá-la ou escondê-la. E este não é um mal só de mãe.
Na vida pessoal ou do trabalho, a realidade tem seu peso. O problema a ser enfrentado precisa de algo fundamental, força. Não estou falando da força física, mas algo que se assemelha. Do conhecimento de quem somos dentro de um determinado contexto e o que queremos dentro desta condição. E, acredito que o momento mais importante para se enfrentar o problema, é ter consciência do grau de envolvimento nosso, a nossa responsabilidade, diante da realidade que nos cerca.
Empresas vão à falência por não compreenderem a realidade que estão vivendo. Assim como relacionamentos pessoais, temos uma tendência a nos inocentar, transferir culpas, e enxergar o que não existe. Enfim, há um grande número de gestores que são mães corujas ou predestinadas a verem somente o que querem.
Estudar mais o ambiente que te cerca, ser mais criterioso em avaliar e julgar são ponderações importantes. Não é brincadeira e nem perfumaria. Decisões equivocadas são sustentadas em paixões e não em uma racionalidade funcional. O que não significa não ter sentimento, mas ponderar o grau de envolvimento de uma emoção na visão e decisão que tomamos da realidade que está diante de nós.
Lembre-se sempre, somos uma parte envolvida em tudo o que nos cerca, logo a verdade nos escapa por inteiro. Precisamos ter um olhar sistêmico e uma consciência de processo. Entender, no máximo que pudermos, a cadeia de relações que envolvem nossa existência, o histórico desta cadeia, o quanto as práticas costumeiras podem ser ou não mudadas e de que forma isso pode ser feito.
Por isso, mães amam seus filhos. Contudo, mães são seres humanos que nem sempre expressam o amor com uma forma de ajudar a pessoa amada. Não por maldade, mas por dificuldade de entender e aceitar a realidade.
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