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O mundo assistiu o desempenho de Simone Biles na Olimpíada de Tóquio. Por que a maior estrela da ginástica rítmica fracassou? Ela foi derrotada pelo que? Por si mesma ou pelo peso de existir para si e não para os que querem fazer de sua vida um espetáculo.
Ouso a dizer que a internet e as redes sociais têm muito com isso. Os próprios jogos olímpicos se transformaram em uma produção de ídolos e mitos de vida curta ou de duração idealizada. Não há mais seres humanos atletas, há o desejo que se tenha super-humanos. Um ser que vá além do possível.
Da mesma forma que muitos gostariam de ser além de si. Se produzem para expressar uma fantasia de sua existência, cobra-se dos ídolos que sejam a fantasia extrema. Decepciona o ídolo quando ele demonstra ser somente um ser normal. O grito de “chega” se dá de alguma forma.
Tantos desejam o sucesso. Mas não suportariam seu peso. Saber que a medida elevada para os outros elimina a possibilidade da normalidade do eu. A singularidade controversa e contraditória que todos carregamos não passa pelo crivo dos que veem o ídolo como a expressão absoluta da possibilidade do impossível.
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