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Muitos pais de jovens entre 18 e 30 anos frequentemente comentam sobre a falta de autonomia de seus filhos. Eles se preocupam com a incapacidade dos jovens de tomarem conta de suas próprias vidas, assumirem responsabilidades e definirem seus próprios destinos. Essa dependência prolongada gera uma inquietação comum entre os pais, que muitas vezes se perguntam: onde erramos?
A verdade é que essa situação é, em parte, reflexo de um comportamento adotado pelos próprios pais. A superproteção, muitas vezes confundida com amor, pode impedir que os filhos desenvolvam habilidades essenciais para a vida adulta. Proteger demais significa não permitir que os filhos enfrentem desafios, tomem decisões e arquem com as consequências de seus atos.
Muitos pais acreditam que amar é evitar que os filhos sofram a qualquer custo. Fazem de tudo para proporcionar uma vida sem dificuldades, antecipando soluções, eliminando problemas e impedindo que o filho passe por frustrações. No entanto, esse comportamento pode ter um efeito colateral perigoso: a dependência prolongada e a incapacidade de lidar com as adversidades da vida.
Quando os pais decidem pelo filho, controlam suas escolhas e evitam que ele enfrente as consequências de suas decisões, acabam assumindo um papel que não lhes pertence. Esse excesso de zelo impede o jovem de amadurecer e desenvolver habilidades essenciais para a vida adulta, como a resiliência e a responsabilidade.
Uma das principais razões pelas quais os pais superprotegem os filhos é o medo da decepção. Muitas vezes, os pais projetam nos filhos os sonhos que não realizaram e, ao verem que suas expectativas podem não ser atendidas, tentam influenciar ou até mesmo impor um caminho específico.
Essa resistência à autonomia dos filhos está frequentemente ligada ao receio de que as escolhas deles não correspondam às expectativas familiares. Quando um filho decide seguir um caminho diferente do esperado, os pais podem sentir que falharam ou que estão perdendo o controle sobre a vida do jovem. Assim, preferem intervir para moldar o futuro do filho conforme seus próprios desejos.
Um ponto fundamental a ser refletido é: amamos nossos filhos pelo que eles são ou pelo que queremos que sejam? Muitos pais, mesmo sem perceber, acabam impondo expectativas e vontades pessoais, transformando o amor em um mecanismo de controle.
O verdadeiro amor, no entanto, deve respeitar a individualidade do outro. Permitir que os filhos cometam erros, enfrentam dificuldades e tomem decisões próprias é essencial para que se tornem adultos independentes e preparados para a vida.
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