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Precisamos aprender a lidar com o dinheiro para evitar consequências negativas. Isso é inegável. Mas também é fundamental aprender a administrar o tempo, pois o ditado “tempo é dinheiro” tem seu fundamento. Cada vez que dedicamos tempo a uma atividade, abrimos mão de outra oportunidade.
O tempo se relaciona com o dinheiro na medida em que define a produção, o consumo, a geração de renda e o desperdício de recursos. Pode parecer duro, mas é a realidade: nesta sociedade, a vida tem um preço e pode ser mensurada.
E se a vida tem preço, ela também pode ser considerada um elemento de troca. É importante esclarecer que não se trata de um julgamento moral sobre a vida, mas sim de uma análise econômica fundamentada nas leis objetivas do mercado.
Sem dúvida, a vida tem valor e deve ser preservada. A economia, enquanto campo do conhecimento, estuda a produção da vida frente às necessidades ilimitadas e às condições restritas de produção, sobretudo em relação à natureza.
Se há vida, há economia. No entanto, não podemos esquecer que vivemos em uma sociedade capitalista, onde, para manter a vida e suprir as necessidades humanas, é imprescindível o conceito de valor, moeda e troca.
Ao falarmos de valores, falamos também de medidas. Assim, a vida pode ser mensurada pelo valor de troca de tudo o que é necessário para sua manutenção. Devemos sempre ter isso em mente, evitando a ingenuidade de acreditar que a vida, enquanto mercadoria, se resume a vontade e ação. Dessa forma, a máxima “querer é poder” deve ser encarada com cautela.
Retomando a questão dos tradeoffs, fica claro o quanto tempo é dinheiro. Assim, precisamos refletir sobre onde investir nossos recursos, onde direcionar nossos esforços e o que realmente desejamos alcançar. Estamos, afinal, diante de escolhas que fazemos diariamente.
Pode parecer curioso, mas, ao tomar decisões, devemos considerar os custos dessas escolhas. Em uma economia básica, podemos extrair o máximo dos recursos disponíveis; contudo, isso nem sempre resultará em satisfação para todos.
O que isso significa? Podemos produzir o máximo possível a partir dos recursos naturais e dos meios disponíveis para garantir nossa subsistência. Podemos explorar intensamente as áreas petrolíferas, mesmo que estejam em alto-mar, próximas a ecossistemas ricos e diversos. Podemos extrair da natureza tudo o que ela tem a oferecer ou expandir indiscriminadamente as áreas de plantio, sem nos preocupar com a preservação das matas nativas e a biodiversidade que elas abrigam. Mas a pergunta é: “qual será o preço a pagar?”
Da mesma forma, para maximizar a produção, podemos priorizar financeiramente os agentes mais produtivos, recompensando aqueles que geram maior eficiência e eficácia. Isso resultaria numa distribuição desigual de riqueza, mas aumentaria a eficiência da produção.
Contudo, sabemos que essa abordagem não pode ser adotada sem ressalvas. Na economia, frequentemente, a eficiência entra em conflito com a equidade. O que é ideal para aumentar a produção pode, ao mesmo tempo, contrariar as necessidades e condições sociais. Produzir para atender a uma necessidade pode comprometer as condições para outra.
Por essa razão, as políticas públicas enfrentam o desafio de equilibrar eficiência econômica e equidade. Muitas vezes, é preciso priorizar a equidade para garantir a continuidade das condições de produção, mesmo que isso signifique operar de forma menos eficiente.