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A paralisação dos caminhoneiros está em andamento. Pelo menos até o fechamento deste comentário. 25 pontos de manifestação ocorrem em rodovias federais e estaduais no Paraná. O movimento é um desdobramento das ações de 7 de Setembro, onde os transportadores tiveram presença marcante na defesa do presidente Jair Bolsonaro. Contudo, neste momento, não há clareza de quais as intenções do movimento.
O próprio presidente pediu para que o movimento não bloqueasse estradas. Alertou, em um áudio que impedir a passagem de cargas atrapalha a economia e afeta os mais pobres. Porém, resta saber se os manifestantes vão obedecer ou não ao pedido de Bolsonaro.
As entidades que representam o setor, como a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), afirmam não apoiar o movimento e garante que seus membros e associados não estão nestas manifestações. A mesma coisa afirma o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC).
Contudo, não é difícil compreender a realidade dos motoristas profissionais. A condição de trabalho em um dos setores essenciais da economia do país. Sobrecarregado com a demanda e o alto custo do deslocamento, o motorista é a peça onde a tensão por resultados acaba pesando mais.
As relações de trabalho dentro do setor de transporte é um misto de essencialidade com precariedade para uma parte considerável dos motoristas. Muitas das grandes empresas têm uma estrutura de logística sofisticada, contudo, a condição de trabalho dos motoristas, os autônomos consideravelmente, é precária. Não por acaso o setor tem dificuldade de renovação de trabalhadores.
Muitas empresas fazem cursos, incentivam a entrada na profissão de motorista profissional, mas não atrai o interesse dos jovens. A vida na boleia não é para qualquer um e não deve sobrar muitos com o passar do tempo. Exatamente em uma país que depende do transporte rodoviário para o deslocamento de boa parte de seus produtos.
Há um auto índice de consumo de drogas e medicamentos por parte de motoristas que tem que cumprir jornadas longas de mais de 10 horas atrás de um volante. A legislação procura aliviar o peso, mas na vida prática o que está no papel nem sempre se realiza.
Mesmo dispersos nas rodovias, os motoristas demonstram uma considerável união de classe. Manipulada ou não pelas empresas que trabalham, esta é uma outra história. O que vale lembrar é que uma paralização de caminhoneiros faz muita diferença e gera impactos imediatos.
Como grande parte dos trabalhadores brasileiros de baixa renda, eles acreditam que alguém pode fazer algo por eles. Contudo e por tudo o que já vivem na profissão acabam se transformando em joguete e massa de manobra. Pouco atendidos e na maioria das vezes iludidos com promessas.
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